Opinião | 7 de dezembro de 2012
por Thomas Claburn | InformationWeek EUA
Internet deveria facilitar conexões diretas entre indivíduos, e não limitar concessão de informações e ataque a pessoas, com o intuito de roubar dados
Redes sociais não deveriam ser algo obrigatório, mas já estão ganhando este perfil. A fome que permeia as companhias de internet sobre os dados que indicam quem você é, o que você faz, para onde vai e quem conhece continua crescendo. Elas querem que você compartilhe para que possam ganhar. Então, violaram a neutralidade da comunicação: criaram mecanismos para expressões em mecanismos de marketing, forçando aqueles que participam da vida online a uma promoção da marca.
Redes sociais se tornaram inescapáveis. Startups, normalmente, requerem uma conta do Facebook ou do Twitter. O Google agora obriga uma conta no Google+ para postar review de aplicativos na Google Play. E em muitas linhas de conhecimento de trabalho, incluindo jornalismo, participação nesses ambientes se tornou uma necessidade de trabalho.
A última entrada no campo vem da Microsoft, que acaba de abrir sua própria rede social,chamada de so.cl. Evidentemente, o mundo precisa de mais compartilhamentos.
Ou precisaria, se as redes sociais fossem, realmente, uma questão de compartilhar. A ironia na bajulação constante para mais compartilhamento, com as previsões self-service do CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, de que no futuro todo mundo vai se engajar mais nisso, é que as redes sociais, por si só, limitam a forma como elas próprias compartilham dos dados que coletam. Elas não somente restringem isso, como também se firmam através de limitações contratuais de APIs, através de capacidade incompletas de exportar, através de processos onerosos, sob a pretensão de proteção, ou para impedir a competição.
Considere o último desentendimento entre Instagram e Twitter. De acordo com o The New York Times, o CEO do Instagram, Kevin Systrom, informou que a companhia, recém-adquirida pelo Facebook, eliminou a habilidade de inserir imagens no Twitter e pretende fazer com que os posts do Twitter redirecionem a visitação das imagens para o ambiente do Instagram. Isso se parece com compartilhamento? Dificilmente. Você promove, nós monetizamos.
As redes sociais não são para compartilhamento. São para marketing. Talvez a prova mais óbvia disso sejam os posts promovidos do Facebook, pelo qual empresas pagam para que seu marketing seja distribuído de forma mais forte nas atualizações de notícias dos usuários da rede.
Compartilhar em sua melhor forma é algo privado, pessoal e genuíno. É direto. Não envolve intermediários. Não tem termos de serviços ou políticas de privacidades para descrever como você não terá privacidade. Mas compartilhamento em público é algo totalmente diferente.
Mas estamos no capitalismo, não é mesmo? Compre por pouco, venda por muito.
Publicações costumavam criar uma separação entre publicidade e editorial. Mas, atualmente, ambos estão misturado em uma pasta suspeita. Nossa reflexiva falta de confiança em publicidade foi desarmada por conta das normas das mídias sociais, que fazem tudo ser meio comercial. Se você não está promovendo a marca de alguém, você promove marca que é você. Condenar o marketing na internet é ser um hipócrita, porque todos estão fazendo isso ou tirando vantagem disso.
O problema com comunicações comerciais é que isso é algo menos do que honesto. É antissocial porque envolve confiança. As redes sociais pressupõem um contrato social. O marketing pode ser necessário, mas não deveria permear toda a interação... ( continua em http://itweb.com.br/63336/analise-redes-sociais-nao-servem-para-compartilhamento/ )
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