sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Cientistas fazem computador entender arte como os humanos

Em http://hypescience.com/cientistas-fazem-computador-entender-arte-como-os-humanos/

Cientistas fazem computador entender arte como os humanos



A compreensão de arte semrpe foi considerada uma tarefa para seres humanos, mas quando os cientistas da computação Lior Shamir e Jane Tarakhovsky da Universidade Tecnológica Laurence, em Michigan (EUA), resolveram abordar a questão "máquinas podem entender arte?", o resultado foi um algoritmo que mostra que os computadores podem, sim, compreender arte de uma forma semelhante à que os historiadores da arte fazem suas análises, igualando a percepção de críticos especializados de arte.

O novo "especialista" foi alimentado com 1.000 pinturas de 34 artistas reconhecidos, e a sua análise foi surpreendente. Ele separou corretamente pintores modernos de pintores clássicos, e dentro dos grupos maiores, agrupou corretamente pintores que fazem parte da mesma escola.

Pintores renascentistas, como Rafael, Leonardo e Michelangelo, foram agrupados, assim como os pintores barrocos Vermeer, Rubens e Rembrandt. Pintores mais modernos também foram separados corretamente, com o pós-impressionista Gauguin sendo classificado junto com Cézanne, e os surrealistas Salvador Dali, Max Ernst e Giorgio de Chirico juntos em outro grupo.

O algoritmo funciona analisando as imagens e... (continua em http://hypescience.com/cientistas-fazem-computador-entender-arte-como-os-humanos/ )

Porto Alegre: Hoje tem Cavalgada da Lua Cheia

Em http://www2.portoalegre.rs.gov.br/portal_pmpa_novo/default.php?p_noticia=155162&SEXTA-FEIRA+TEM+CAVALGADA+DA+LUA+CHEIA

Porto Alegre: Hoje tem Cavalgada da Lua Cheia

28/09/2012 09:13:42

Foto: Divulgação/PMPA
Atividade percorrerá estradas da zona Sul de Porto Alegre

Atividade percorrerá estradas da zona Sul de Porto Alegre

Grupo de 32 cavalarianos participará da Cavalgada da Lua Cheia, que ocorrerá nesta sexta-feira, 28.  Entre os participantes estão moradores da Capital e turistas de São Paulo. O passeio noturno faz parte dos atrativos da rota turística Caminhos Rurais de Porto Alegre e é apoiado pela Secretaria Municipal de Turismo. 

 
A cavalgada percorrerá estradas da zona Sul e terá saída às 20h da Cabanha La Paloma (avenida Edgar Pires de Castro, 9089, bairro Lageado). O itinerário seguirá pelas estradas Francisca de Oliveira, Lami, Jasques da Rosa, e retornando a avenida Edgar Pires. O percurso é realizado em ritmo de "passo" (lento) e acompanhado por monitores.
 
Embora não haja mais cavalos disponíveis para aluguel, é possível visitar a cabanha durante a cavalgada e participar do jantar campeiro ao som de música nativista, num ambiente tipicamente gaúcho. O valor da refeição é R$ 17 por pessoa. É necessário fazer reservas pelo telefone (51) 9972-2112, com Mari Barbosa, proprietária da La Paloma e organizadora das cavalgadas. O programa só é cancelado em caso de chuva.
 
Quem preferir um pacote que inclua transporte até a cabana, guia de turismo e jantar (exceto o aluguel de cavalos)... (continua em http://www2.portoalegre.rs.gov.br/portal_pmpa_novo/default.php?p_noticia=155162&SEXTA-FEIRA+TEM+CAVALGADA+DA+LUA+CHEIA )

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Google libera código de ferramenta para criação de cursos online

Em http://olhardigital.uol.com.br/negocios/digital_news/noticias/google-libera-codigo-de-ferramenta-de-criacao-de-cursos-online

Google libera código de ferramenta para criação de cursos online

Serviço pode ser usado para a construção de aulas interativas na web 14 de Setembro de 2012 | 18:20h

Google

De acordo com um anúncio postado em um blog oficial da empresa, o Google decidiu liberar o código de uma ferramenta construída para facilitar a criação de cursos de ensino online.

Iniciativas semelhantes de ensino na internet, como o multidisciplinar Coursera ou o projeto focado em programação da Codecademy, vêm prosperando neste ano de 2012.

Chamado Course Builder, o serviço do Google foi construído para servir de apoio em aulas fornecidas pelo próprio... ( continua em http://olhardigital.uol.com.br/negocios/digital_news/noticias/google-libera-codigo-de-ferramenta-de-criacao-de-cursos-online )

Cidade pernambucana terá reconhecimento facial em ônibus

Em http://olhardigital.uol.com.br/produtos/digital_news/noticias/cidade-pernambucana-tera-reconhecimento-facial-em-onibus

Cidade pernambucana terá reconhecimento facial em ônibus


reconhecimento facial
Sistema vai ser usado junto com cartões de embarque para evitar fraudes em Caruaru
14 de Setembro de 2012 | 17:34h

Os cartões de embarque dos serviços de transporte público podem ser substituídos no futuro por sistemas de reconhecimento facial, e a cidade de Caruaru, em Pernambuco, é uma das primeiras a testar a mudança.

A tecnologia desenvolvida pela empresa brasileira Transdata será instalada em 130 ônibus da cidade. A fase de testes identificará se a pessoa que está tentando usar um cartão para embarcar no ônibus é realmente quem ela afirma ser - e não, por exemplo, uma pessoa tentando passar com o cartão que garante a passagem gratuita a um... ( continua em http://olhardigital.uol.com.br/produtos/digital_news/noticias/cidade-pernambucana-tera-reconhecimento-facial-em-onibus )

Pesquisadoras brasileiras descobrem pó alquímico em arquivo da Royal Society, sede da revolução científica

Em http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/09/14/uma-incomoda-pitada-de-magia/

Uma incômoda pitada de magia

Pesquisadoras brasileiras descobrem pó alquímico em arquivo da Royal Society, sede da revolução científica

CARLOS HAAG | Edição 199 - Setembro de 2012

de Londres

© JOANNA HOPKINS / ROYAL SOCIETY

Original da carta enviada por Boutens a Oldenburg mostrando o pequeno envelope fechado

Não é fácil abalar a fleuma britânica. Daí a sintomática reação de Keith Moore, diretor dos arquivos da Royal Society, ao ser questionado sobre a importância do achado das pesquisadoras Ana Maria Goldfarb e Márcia Ferraz, do Centro Simão Mathias da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Cesima PUC-SP). Com a sobrancelha levantada e cauteloso, Moore respondeu: "Estava debaixo de nossos narizes, mas em 350 anos ninguém encontrou".

Trata-se de uma pitada de pó amarelado e com odor pungente embalada num pequeno envelope colado em uma carta de 1675 endereçada ao primeiro-secretário da Royal Society, Henri Oldenburg (1515-1677), vinda da Antuérpia e enviada por um apotecário e alquimista chamado Augustin Boutens. Embora não chame a atenção, é uma valiosa e concreta amostra do alkahest, famigerado solvente universal, que foi alvo de buscas que movimentaram gerações de alquimistas e mesmo filósofos naturais como Robert Boyle e Isaac Newton.

Após revelar, em 2010, num Projeto Temático apoiado pela FAPESP, a única receita completa do alkahest ("A agenda secreta da química", Pesquisa FAPESP n˚ 154), de 1661, a dupla encontrou agora, afirmam, "uma primeira amostra real de Ludus composto, um alkahest, de que se tem notícia desde o século XVII". O que é o pó?

Certamente, a Royal Society quer que a amostra seja analisada por um de seus fellows, provavelmente Martyn Poliakoff (ver entrevista na página 25), vice-presidente da instituição. "Apesar da curiosidade pessoal, como pesquisadoras em história da ciência, não pretendemos ir ao laboratório para procurar saber o que seria pelos moldes de hoje o tal pó", fala Márcia. "O que importa é a descoberta de mais uma evidência forte de que uma boa porção das ciências antigas, como a alquimia, persiste mesmo após o surgimento de uma nova visão de ciência (e até fizeram parte na formação desta), mantendo-se na agenda das figuras que supostamente promoveram a revolução científica que originou a química moderna. Há uma história pouco conhecida que conta que essa passagem foi mais suave e coerente e só se encerrou no século XIX", afirma Ana.

Acima de tudo, confirma o credo das pesquisadoras que fazer a história da ciência é arregaçar as mangas e enfrentar a poeira secular dos documentos originais para dar vida a eles. Prova disso, para surpresa de Moore, é que o documento passou pelas mãos da historiadora Marie Boas, responsável, nos anos 1960, pela catalogação da correspondência de Oldenburg, por 15 anos o "faz-tudo" da Royal Society. Diante do pequeno envelope, Marie apenas anotou: "Amostra do que parece ser pirita, anexada ao texto".

"A obra de Marie é impecável, mas, pensando como muitos em sua época, ignorou possíveis interesses alquímicos dos 'novos cientistas' e, assim, terminou por não investigar o caráter hermético das cartas de Oldenburg, o que incluía, por vezes, as 'limpezas' do passado e intervenções pouco recomendáveis", avalia Ana. "Esse achado amplia a visão de que a filosofia química não morreu com o triunfo da visão mecânica e corpuscular. Saber que ainda se perseguiam materiais como o Ludus e o alkahest comprova isso e incluí mais nomes importantes na lista dos que praticavam essas buscas, mesmo alguns que se pensava convertidos ao racionalismo e, mais ainda, ao mecanicismo do século XVII", explica Pyio Rattansi, professor emérito do University College London, que revelou a importância do hermetismo e da Bíblia nas obras científicas de Newton, até então visto como "santo padroeiro" da ciência moderna. "Além dele, outros 'homens de razão' tinham 'segundas agendas' que discretamente continham processos alquímicos", conta Ana.

Essa revisão da história da ciência só veio à tona quando as pesquisadoras, apesar do "canto de sereia" da tecnologia, viram a limitação dos catálogos digitais e se enfurnaram diretamente nos "fundos fechados" do arquivo, enfrentando a incredulidade inicial dos ingleses. "Tínhamos claro que era preciso entender o pensamento dos homens de ciência daquela época. Havia uma espécie de dualidade diante de qualquer fato novo: por um lado, havia a necessidade de manter sigilo, pois, em especial quando se tratava de materiais ou processos de laboratório, muitos eram verdadeiros segredos de Estado. Por outro lado, estava uma das máximas (que, aliás, se mantêm até hoje) da nova ciência, que defendia o saber elaborado por muitos e ao alcance de todos", conta Ana. "Muitos estão se coçando para pôr as mãos nesse conhecimento e sabe-se lá o que farão para vê-lo publicado", escreveu Newton a Oldenburg em 1676. Os meandros "rocambolescos" que as pesquisadoras precisaram vencer para encontrar a receita do alkahest é fruto dessa visão.

"Depois das descobertas iniciais de documentos, consideramos que tudo relacionado ao alkahest na Royal Society estava claro e visível", fala Márcia. Até encontrarem a misteriosa carta de Boutens para Oldenburg. "Já se passaram anos desde que enviei ao senhor uma boa quantidade do Ludus helmontiano, a partir do qual eu produzi o material sulfuroso que anexo abaixo. Confio na sua sabedoria para entender que efeitos ele produz." A referência ao mineral argiloso chamou a atenção de Ana e Márcia. Afinal, o Ludus era base de uma receita do liquour alkahest produzida pelo médico belga Van Helmont (1579-1644), que dedicou sua vida a estudar os obscuros trabalhos de Paracelso para produzir o que seria o "remédio para todas as doenças". Capaz de dissolver qualquer substância sem deixar resíduos, reduzindo-a a seus constituintes primários, o alkahest seria fonte de remédios poderosos, em especial contra os "males da pedra", a litíase renal, a "pedra nos rins", causadora incurável de muitas mortes até o século XIX.

Segundo Van Helmont, era possível, por exemplo, fazer um remédio contra o cálculo urinário pela dissolução do Ludus com o alkahest. Não tanto pelo mineral, mas pela capacidade do alkahest em transformá-lo em fonte de cura. Tudo era fruto de um pensamento milenarista: o solvente seria um presente de Deus quando o mundo se aproximasse do fim", explica o historiador Paulo Porto, professor do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP). O Ludus funcionaria como a cápsula plástica que, hoje, envolve as pílulas, permitindo a difusão gradual do medicamento no organismo. O dilema dos alquimistas era justamente garantir que a solvência do alkahest acontecesse aos poucos, não matando o paciente ao tentar curá-lo. "Desde os anos 1640, o objetivo central da ciência inglesa era prolongar a vida das pessoas e o alkahest preparado com Ludus helmontiano seria o remédio indicado para isso", diz Paulo. Para muitos contemporâneos, o rei Charles II criara a Royal Society, acima de tudo, para reunir as maiores cabeças da época a fim de que produzissem "o grande remédio".

© REPRODUÇÃO

Henri Oldenburg: secretário da Royal Society centralizava toda a informação para a Instituição e foi um dos pioneiros nos padrões científicos

Por isso, a carta levantou suspeitas nas pesquisadoras. "Como entender que após procurarem por anos esse 'grande remédio' não houvesse registros nas atas da Royal Society da chegada de uma amostra de seu componente? Tudo indicava que estávamos diante de um 'segredo' valioso para os fellows da instituição", diz Márcia. Era preciso, então, entender melhor a relação de Oldenburg e Boutens. A primeira pista foi uma carta de setembro de 1667, escrita para Boyle logo após o secretário sair da prisão, onde foi encarcerado pelos seus contatos "excessivos" com o exterior. Logo se descobriu que a correspondência intensa era parte de seu trabalho. Oldenburg trocava cartas com quem pudesse ter ou conhecer algum segredo sobre a "Arte". Os vários espiões que espalhou pela Europa o informavam sobre qualquer experiência.

Sintomaticamente, a carta para Boyle foi a primeira coisa que fez após sair da prisão. "O senhor menciona uma caixa que, creio, foi endereçada a mim. É Ludus da Antuérpia. Sinta-se livre para abri-la e depois enviá-la a mim, com sua opinião se é o Ludus genuíno." Várias cartas mais tarde, com o mesmo teor de súplica humilde, não foram suficientes para Boyle atender a seu pedido e Oldenburg nunca pôs as mãos na preciosa caixa. Os arquivos foram revelando aos poucos os elos do secretário e Boutens, o alquimista da Antuérpia. Em novembro de 1667, Oldenburg escreveu ao alquimista: "Soube por um amigo de Paris (certamente um de seus espiões) de sua grande predisposição para a curiosidade e sua inclinação especial pela sólida filosofia que se fundamenta na observação e os experimentos que estamos tentando estabelecer aqui na Royal Society. Também fui informado de suas tentativas infatigáveis de descobrir os segredos da natureza pelo bom caminho da química".

A sedução epistolar vai adiante. "Gostaria que o senhor soubesse como os ingleses admiram operações químicas feitas por homens de bom senso que são livres dos preconceitos vulgares impostos pelo mundo por algumas pessoas que pretendem falar dogmaticamente sem nenhuma experimentação crítica preliminar, como o excelente senhor Boyle achou necessário fazer em seu Sceptical chymist (1661)", continua. "Sabemos que há Ludus helmontiano em abundância na sua região: peço ardentemente que nos envie para Londres por mar." Em dezembro chegou a resposta de Boutens: "Vou enviar mais de 70 quilos do Ludus com a descrição do método que utilizo para fazer o remédio". O pagamento da empobrecida Royal Society foi feito em livros, cobiçados por alquimistas. A carta foi recebida com grande entusiasmo pelos membros da Royal Society, assim como outra carta escrita por Boutens alguns meses depois, descrevendo os lugares onde se podia encontrar o Ludus. Essa correspondência, porém, não teve continuidade e apenas em junho de 1675 aparece uma nova carta de Boutens, justamente aquela em que está afixada a amostra do "pó secretíssimo".

Oldenburg, porém, não respondeu à carta. De início, as pesquisadoras atribuíram a atitude nada típica do secretário ao excesso de... ( continua em http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/09/14/uma-incomoda-pitada-de-magia/ )

Luta contra o sol. Doença hereditária agravada pela exposição à luz do dia

Em http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/09/14/luta-contra-o-sol/

Luta contra o sol

Pesquisadores, médicos e moradores de um povoado se mobilizam para controlar uma doença hereditária agravada pela exposição à luz do dia


CARLOS FIORAVANTI | Edição 199 - Setembro de 2012

de Araras, Goiás

© EDUARDO CÉSAR

Pioneiros no povoado de Araras: da esquerda para a direita, o português Lucas Freire; Joaquim Freire (filho de Lucas) e Verônica Gomes; Joaquina Freire Machado e Teófilo Machado da Mãe de Deus (filho de Joaquim) com as três filhas, Darcy Machado dos Santos, Maria Verônica e Adda Maria da Mãe de Deus

Djalma Jardim parece feliz, depois de uma longa depressão que o impedia de sair de casa. Hoje, animado, ele conversa com os amigos e cuida de sua sorveteria nova, com uma varanda ampla, no povoado de Araras, a 260 quilômetros de Goiânia. Ele prefere os dias ensolarados, que trazem mais pessoas em busca de sorvetes de milho, abacate ou graviola, mas sabe que ele próprio não pode tomar sol. Djalma tem uma doença genética hereditária conhecida como xeroderma pigmentosum, que atinge principalmente as partes do corpo mais expostas à luz do sol.

Seu rosto está bastante transformado. Uma prótese externa ocupa o lugar do lábio superior, do nariz, de parte das maçãs do rosto e do olho direito, que tiveram de ser retirados. Aos 37 anos, Djalma tem um carro, mas durante anos, para se proteger do sol, andava de bicicleta coberto da cabeça aos pés com uma espécie de cabine de papel pardo com uma abertura para ver à frente.

Ironicamente, em um lugar muito quente nesta época do ano e escaldante em janeiro vive a provavelmente maior concentração mundial de pessoas bastante sensíveis à radiação ultravioleta do sol. Dos cerca de mil moradores de Araras, 22 – com idade entre 9 e 78 anos – sabem que têm xeroderma pigmentosum ou XP. Alguns apresentam apenas a pele ressecada e com manchas, enquanto outros tiveram de implantar próteses no rosto e falam com dificuldade. Alguns se cuidam, evitando o sol, enquanto outros renegam a doença, sob a alegação de que não podem deixar de trabalhar durante o dia em suas terras. Quase todos ali vivem da agricultura ou da pecuária.

Durante três dias, no início de agosto, pesquisadores de São Paulo e do Rio de Janeiro se reuniram com biólogos da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, com médicos dos dois principais hospitais de Goiânia e com os moradores de Araras. Em conjunto, planejaram os exames que devem permitir a identificação da mutação responsável pela xeroderma nos moradores de Araras e ajustes no atendimento médico a essas pessoas.

© EDUARDO CÉSAR

O produtor de leite Lázaro Silva, 71 anos: desde 1963 na região

"Aqui em Goiás este é um problema de saúde pública", afirmou Carlos Menck, geneticista do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), em uma apresentação para biólogos e médicos no início de agosto na UFG. "Gostaria de convidar vocês a trabalharem com esse problema. O que fizermos pode ajudar muito as pessoas com XP." Da plateia, a médica dermatologista Sulamita Chaibub, à frente de uma equipe multidisciplinar do Hospital Geral de Goiânia que atualmente trata de 25 pessoas com XP, pediu: "Mandem mais pacientes para nós, por favor".

A XP é uma doença rara, para a qual não há medicamentos específicos, causada por mutações prejudiciais em genes que, quando normais, induzem a produção de proteínas que corrigem os danos provocados no DNA pela radiação ultravioleta do sol ou de lâmpadas. Sem essas proteínas, o DNA acumula danos que podem originar tumores. As pessoas com alterações nesses genes de reparo apresentam risco mil vezes maior de terem câncer de pele e maior propensão para outros tipos de câncer, lesões oculares e problemas neurológicos que as pessoas sem essas mutações.

Por todo o país, o total de casos diagnosticados não chega a uma centena, mas estimativas preliminares, com base na prevalência de outros países, indicam que mil pessoas no país podem ter a doença, facilmente confundida com outras – no início do século passado era vista como uma forma de hanseníase e hoje pode passar como alergia ao sol ou câncer de pele. "Como os registros são escassos, o alcance desse problema na população ainda é desconhecido e subestimado", diz Januário Bispo Cabral Neto, geneticista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que esteve em Araras pela primeira vez em agosto.

Moçambique, uma origem comum
Menck acredita que está na pista da provável mutação, que parece ser diferente das já conhecidas, e ainda este ano ele pretende iniciar o sequenciamento de um conjunto de genes de 18 moradores de Araras em busca de alterações nos oito genes de reparo de DNA já associados à doença. "A caracterização de uma mutação pode ajudar a identificar o problema precocemente, dando diretrizes sobre como as pessoas e as famílias devem ser acompanhadas, para evitar que a doença se agrave", diz a médica Maria Isabel Achatz, do Hospital do Câncer A.C. Camargo, em São Paulo.

Maria Isabel e Karina Santiago rastrearam as mutações responsáveis pela doença em dois genes, XPA e XPC, de 21 pessoas com XP de nove estados (Amazonas, Acre, Ceará, Paraíba, Sergipe, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul). Elas identificaram uma mutação nova no gene XPC e outra bastante frequente, que uma equipe de pesquisadores franceses havia encontrado em 18 moradores de descendência negra da ilha Mayotte, no sul da África. Os resultados coincidentes sugerem que os membros de uma mesma família com essa mutação podem ter migrado de Moçambique para a ilha e para o Brasil – uma conclusão instigante, já que os casos de xeroderma em negros no Brasil são bastante raros.

"Ao menos um dos oito genes com mutações que causam XP deve ter vindo com os escravos de Moçambique", diz Menck. Com sua equipe, ele identificou a mutação responsável pela doença em três famílias brasileiras, mas, reconhece, "o ganho para os pacientes, em termos de tratamento, foi muito pequeno, infelizmente". A seu ver, talvez o benefício para os moradores de Araras seja maior, ao indicar a origem genética e a evolução possível da doença. Historicamente, o povoado começou a se formar por volta de 1705 com a chegada das famílias Freire, Jardim e Gonçalves, que compraram terras na região, pertencente ao município de Faina. "Dona Clementina, uma matriarca do povoado, dizia que o avô dela, Augusto Gomes, tinha a 'pele ruim', indicando que os primeiros casos de xeroderma podem ter surgido há pelo menos 150 anos, provavelmente por meio de casamentos entre primos", diz ele. Clementina Gomes Jardim morreu aos 102 anos, em 2010, sem a doença transmitida para alguns de seus filhos e netos.

Em 1963 chegaram mais seis famílias, vindas de Hidrolândia, município a 240 quilômetros de distância. Aos 71 anos, magro, baixo, sorriso largo, Lázaro Alexandre da Silva chegou nesse ano e se lembra de ter visto familiares com o que chamavam de câncer de pele. Ele próprio tem uma forma leve de xeroderma, que lhe deixou manchas escuras nos dois pés, entre os tornozelos: "Difícil curar", ele diz.

Aparentemente Lázaro Silva não se abate: quem tem doenças que afetam a aparência normalmente convive com a discriminação, mas em Araras as pessoas com XP, mesmo em estágio avançado, são tratadas com naturalidade, trabalham e convivem com os amigos e familiares. Todo dia ele acorda antes das seis da manhã para ordenhar as vacas,  atualmente 16, que nesta época de seca lhe rendem 20 litros de leite. Sua esposa, Divina Rosa da Silva, baixa, encorpada, de intensos olhos azuis, às vezes assume o lugar do marido, sobe na charrete e leva o leite do dia ao laticínio do povoado. Ela sabe: "O sol não faz bem para ele. Quando ele está muito no sol, tem tonteira. Ele tem pressão baixa".

Fugindo do sol
Para evitar o sol e adiar o aparecimento dos sintomas, as pessoas com XP usam – ou deveriam usar – roupas longas, de preferência com alta capacidade para filtrar a radiação ultravioleta, bonés ou chapéus largos, óculos escuros e protetores solares com fator de proteção solar mínimo de 60. A equipe de Menck, em colaboração com uma empresa de cosméticos, comparou a eficiência de 17 produtos comerciais, com fator de proteção de 1,5 a 60, e concluiu que em geral os protetores solares são eficientes para proteger contra os efeitos indesejados da radiação ultravioleta.

© EDUARDO CÉSAR

O centro do povoado de mil moradores: muito quente no meio do ano e escaldante em janeiro

O acesso aos cremes, porém, nem sempre é fácil. "Muitos pacientes chegam aqui em estado grave porque não têm dinheiro para comprar protetor solar", conta Maria Isabel. "Seria fundamental que o fornecimento de filtro solar fosse gratuito para todos que têm xeroderma pigmentosum no Serviço Único de Saúde (SUS). O custo seria muito menor do que o tratamento de um melanoma."

Outro problema é que, mesmo para as pessoas com risco menor de câncer de pele, os... ( continua em http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/09/14/luta-contra-o-sol/ )

Profissionais da Contabilidade deverão fazer o recadastramento até o dia 31 de dezembro de 2012

Em http://www.contadores.cnt.br/portal/noticia.php?id=26668&Cat=1&Profissionais%20da%20Contabilidade%20dever?o%20fazer%20o%20recadastramento%20at?%20o%20dia%2031%20de%20dezembro%20de%202012.html

Profissionais da Contabilidade deverão fazer o recadastramento até o dia 31 de dezembro de 2012

Notícias Técnicas
17/09/2012




Prazo será aberto no dia 1º de outubro

O CFC publicou, no DOU (Diário Oficial da União) do dia 10 de setembro de 2012, a norma que estabelece o recadastramento nacional dos Profissionais da Contabilidade.

De acordo com a Resolução CFC nº 1.404, é obrigatório o recadastramento nacional do Profissional da Contabilidade com registro ativo no CRC de seu registro originário, transferido ou provisório. A exigência tem por finalidade atualizar os dados existentes, mantendo-se os números de registros e a jurisdição de cada Conselho Regional. O CRC SP vai fornecer mais informações sobre o procedimento nos próximos dias.

O recadastramento será feito por etapa, de acordo com escala estabelecida por cada CRC. Uma senha exclusiva será remetida ao profissional ao endereço eletrônico constante no cadastro do respectivo CRC, para acesso ao programa informatizado e a realização do... ( continua em http://www.contadores.cnt.br/portal/noticia.php?id=26668&Cat=1&Profissionais%20da%20Contabilidade%20dever?o%20fazer%20o%20recadastramento%20at?%20o%20dia%2031%20de%20dezembro%20de%202012.html )