terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Entenda diferenças entre Pós, MBA, Mestrado, Mestrado Profissional e Doutorado

COTIDIANO / ENSINO SUPERIOR
23.12.2014 | 10h00


Qual a diferença entre Pós e MBA? Onde buscar os melhores cursos de especialização? Posso fazer doutorado sem ter feito mestrado? O que é mestrado profissional? Tire suas dúvidas!


DO IG 
Com o crescimento no número de concluintes em cursos de graduação no país - o quantitativo ultrapassa mais de 1 milhão de formados em um ano, de acordo com o Censo Escolar -, um dos caminhos naturais da carreira é a realização de uma pós-graduação. E opções de cursos é o que não faltam. Só de mestrados e doutorados, por exemplo, existem mais de 5 mil cursos.

Depois de 50 anos de história, federal do Acre abre sua 1ª turma de doutorado
Apenas 12% dos programas de pós-graduação brasileiros têm padrão internacional
Dicas para fazer pós-graduação no exterior

Dentro desse leque, questionamentos é o que não falta. Por exemplo, os MBA´s (da sigla em inglês, Master Business Administration) são cursos de mestrado? Ou ainda: Existem cursos gratuitos de pós-graduação? E onde buscar as melhores opções de especialização?

Para tirar essas e outras dúvidas sobre o tema, além de descobrir que é possível, por exemplo, tentar um doutorado mesmo sem ter feito o mestrado, o iG Educação preparou um guia amplo sobre as principais diferenças e as informações mais fundamentais sobre todos os tipos de pós-graduações existentes no país.

Pós-graduação no Brasil

No País, existem dois tipos de cursos de pós-graduação. São os cursos "lato sensu", como as especializações e os MBA´s, e os "stricto sensu", que são os mestrados e os doutorados. Existe uma série de diferenças entre eles. As pós-graduações "lato sensu", geralmente, têm uma menor duração e tendem a ser menos exigentes que os mestrados e doutorado. Além disso, elas não precisam ter uma autorização prévia do MEC. A instituição que já oferece cursos de graduação, e é autorizada pelo ministério a funcionar, não precisa pedir permissão ao MEC para criar novos cursos. Sendo assim, eles tendem a ser mais flexíveis, conseguindo atender necessidades mais específicas do mercado de trabalho, por exemplo.

Já os cursos "stricto sensu" precisam de autorização do governo para funcionar. Cabe à Capes realizar a recomendação do curso para que ele possa funcionar. É durante a avaliação realizada por essa agência que são atribuídas as notas para cada um dos programas de pós-graduação ("stricto sensu") existentes no país. Essa pontuação, que se torna pública e pode ser consultada na internet, atesta o nível de qualidade do curso, tornando-se mais fácil a escolha do candidato.

Confira, a seguir, características mais específicas sobre cada modalidade:

1. ESPECIALIZAÇÃO:

De forma mais ampla, todo curso que é realizado após o ensino superior é chamado de curso de pós-graduação. Contudo, no país, o termo abreviado "pós" foi comumente associado a cursos de especialização. Essa modalidade de pós-graduação é vista por muitos candidatos como uma oportunidade de mudar de área. É comum os cursos de especialização estarem abertos a graduados de qualquer área de conhecimento. De acordo com o MEC, normalmente, a "pós" é um curso que tem o objetivo técnico ou profissional mais específico, sem abranger totalmente uma área de conhecimento. No entanto, ele precisa seguir algumas regras mínimas. Caso contrário, ele será considerado um simples curso livre. Conheça as principais exigências da especialização:

#Perfil do candidato: requisito mínimo exigido é que o candidato tenha diploma de curso superior

#Como escolher os cursos? Pela falta de fiscalização e controle na criação dos cursos de especialização pelo MEC, não existe um sistema oficial disponibilizando uma relação completa desses cursos. Assim, a melhor forma de escolher a pós é analisando algumas informações que podem melhor indicar o nível de qualidade da instituição.

Por meio do sistema eletrônico E-mec é possível fazer uma busca em todas as faculdades, centros universitários e universidades brasileiras. Lá, é possível conferir o endereço da instituição, telefones e sites. Também é possível conferir as áreas de conhecimento dos cursos de graduação que a instituição oferece, além de dados sobre fundação e se ela tem ficha suja no MEC (opção "ocorrências"). Adicionalmente, recomenda-se fazer visitas prévias à coordenação do curso, avaliar o programa de aulas da pós e verificar se ela é bem reconhecida no mercado.

#Fique atento! Dos professores que farão parte do corpo docente do curso, pelo menos metade deles devem ser mestres ou doutores. E os demais, devem ter, pelo menos, a formação de especialista.

#Duração: os curso têm duração mínima de 360 horas. Nesse tempo, no entanto, não estão computados as horas de estudo individual, sem assistência do professor, e nem do tempo reservado, obrigatoriamente, à elaboração do trabalho final.

#Processo seletivo: cabe à própria instituição definir seus critérios de seleção. Se o candidato se sentir injustiçado durante o processo, ele pode até levar sua queixa à Secretaria de Educação Superior (SESu), responsável pelos cursos "lato sensu".

#Custo: geralmente os cursos de especialização são pagos, tanto em instituições privadas quanto nas públicas. A cobrança pelo pagamento em universidades estaduais e federais, por exemplo, ocorre porque esses cursos não são considerados "atividades de ensino regulares, como os mestrados e o doutorado".

#Trabalho final de conclusão: é comum que os cursos exijam a elaboração de uma monografia. No entanto, é possível outras modalidades de trabalho final, como a elaboração de artigos, por exemplo.

#Titulação: ao concluir, o aluno ganha o título de especialista. A titulação ocorre por meio da emissão de um certificado pela instituição que ofertou o curso. Com o documento em mãos, o candidato pode, por exemplo, ser professor universitário em instituições privadas.

Geralmente os cursos de MBA são pagos, tanto em instituições privadas quanto públicas

2. MBA:

O MBA (da sigla em inglês, Master Business Administration) não é um curso de mestrado, como o nome sugere. Junto com a especialização, ele é um curso "lato sensu". Sendo assim, muitas de suas características são comuns com a "pós". De acordo com o próprio MEC, os MBA´s "nada mais são do que cursos de especialização em nível de pós-graduação na área de Administração".

Muitos dos cursos oferecidos são voltados para o campo dos negócios e da gestão. No entanto, é possível encontrar MBA´s de outras áreas, como comunicação e saúde.

#Perfil do candidato: independente do segmento do MBA, o curso em si é visto como uma oportunidade de realização e troca de contatos profissionais. Para fomentar esse networking é comum algumas instituições exigirem que o candidato tenha tido experiências de trabalho já consolidadas. O diploma da graduação também é obrigatório.

#Como escolher os cursos? O candidato pode, como nos cursos de especialização, consultar o portal E-mec para obter mais informações sobre se a instituição pretendida oferece algum tipo de MBA.

#Fique atento! De Forma complementar, o candidato também pode consultar se o curso faz parte da Associação Nacional de MBA (Anamba) - uma organização que monitora os parâmetros de qualidade. Mas vale lembrar que a não presença de cursos na Anamba não significa que ele não é de qualidade.

#Duração: os cursos têm duração mínima de 360 horas. Nesse tempo, no entanto, não estão computados as horas de estudo individual, sem assistência do professor, e nem do tempo reservado à elaboração do trabalho final.

#Processo seletivo: cabe à própria instituição definir seus critérios de seleção. Se o candidato se sentir injustiçado durante o processo, ele também pode levar sua queixa à Secretaria de Educação Superior (SESu), responsável pelos cursos lato sensu.

#Custo: geralmente os cursos de MBA são pagos. Tanto em instituições privadas quanto públicas. A cobrança pelo pagamento em universidades estaduais e federais, por exemplo, ocorre porque esses cursos não são considerados "atividades de ensino regulares", como os mestrados e o doutorado.

#Trabalho final de conclusão: elaboração de uma monografia ou outras modalidades de trabalho final

#Titulação: ao fim do curso, o candidato tem o título de pós-graduação em nível "lato sensu".

3. MESTRADO:

Para funcionar, os cursos "stricto sensu" como os mestrados precisam ser recomendados pela Capes e reconhecidos pelo MEC. É essa agência do Ministério da Educação que avalia o curso e atesta sua qualidade. As notas vão de 1 a 7 (nota máxima). Os cursos precisam ter, ao menos, a nota 3. Aqueles que possuem nota 5 já são considerados com "elevado padrão de qualidade". Mas, para ter essa nota, é preciso que tenham cursos de doutorado, além do mestrado. O máximo possível é a nota 7, que significa que o curso tem um "desempenho claramente destacado", afirma a Capes.



#Perfil do candidato: é importante que o candidato tenha interesse na realização de pesquisas científicas. Muitos dos mestrandos pretendem seguir a carreira acadêmica, ou seja, querem ser professores universitários.

#Como escolher os cursos? Os cursos recomendados pela Capes podem ser consultados pela internet. No portal da agência é possível conferir as notas dos programas e também relatórios detalhados sobre a qualidade do corpo docente, das instalações e da proposta curricular do mestrado.

#Fique atento! Ao contrário dos cursos de especialização e MBA, em cursos "stricto sensu" como o mestrado, é desejável que o postulante se dedique integralmente aos estudos, deixando de lado o trabalho e outras atividades.

#Duração: geralmente têm duração de dois anos. Mas é comum ser estendido até dois anos e meio. No primeiro ano os estudantes têm aulas, no segundo, se dedicam à confecção do trabalho final de conclusão.

#Processo seletivo: cabem às instituições de ensino ditarem as regras de seleção dos alunos. De acordo com a Capes, "eventuais abusos de poder podem ser corrigidos através de recurso na própria instituição ou dos órgãos de defesa do consumidor ".

#Custo: como são considerados cursos regulares pelo MEC, nenhuma instituição de ensino pública pode cobrar pelo mestrado. Dessa forma, o candidato selecionado não precisa pagar mensalidades para a realização do mestrado. Além disso, é comum parte dos estudantes ganharem bolsa mensal de auxílio durante o curso. Além da Capes, que oferece uma bolsa no valor médio de R$ 1.500, outras agências de fomento como o CNPq, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e as fundações de pesquisa como a Fapesp também oferecem esse tipo de auxílio. Já nas privadas que têm mestrado, praticamente todos os cursos são cobrados. Contudo, os alunos matriculados em instituições particulares também podem postular a essas bolsas de auxílio.

#Trabalho final de conclusão: é necessário que o estudante elabore uma dissertação ao final do curso. E a pesquisa deve ser apresentada e defendida diante de um grupo de pesquisadores e especialistas para ser aprovado.

#Titulação: ao final do curso, o aluno adquire um diploma de mestre.

42 mil É a quantidade de mestres formados no Brasil por ano
12mil É o número de doutores formados no país a cada ano
58 doutores por milhão de habitantes é a relação existente no Brasil
278 doutores por milhão de habitantes é o que ocorre em Portugal
0,12% É o porcentual de brasileiros com o título de doutor

4. MESTRADO PROFISSIONAL:

É uma modalidade mais recente de cursos "stricto sensu". O mestrado profissional foi regulamentado em 2009. Sua principal diferença em relação ao mestrado (acadêmico) é o seu enfoque voltado à qualificação profissional do candidato. Além disso, o candidato tem mais opções de realização do trabalho final de conclusão.

#Perfil do candidato: geralmente o postulante não tem pretensão de abandonar o mercado de trabalho após a conclusão do curso para seguir a carreira acadêmica.

#Como escolher os cursos? Segue a mesma sistemática do conjunto de cursos "stricto sensu". Assim, para consultar os cursos de mestrados acadêmicos recomendados pela Capes basta o candidato acessar o portal da agência.

#Fique atento! Como a modalidade é recente, a oferta é restrita.

#Duração: geralmente têm duração de dois anos, mas pode se estendido por mais meses.

#Processo seletivo: cabe à instituição ofertante definir e anunciar publicamente as regras do certame.

#Custo: mesma sistemática dos mestrados acadêmicos, ou seja, cabem às instituições de ensino ditarem as regras de seleção dos alunos.

#Trabalho final de conclusão: pode ser apresentado em vários formatos além da dissertação, como por exemplo por meio da elaboração de um artigo, desenvolvimento de aplicativo, elaboração de estudo de caso ou produção artística.

#Titulação: De acordo com o Conselho Nacional de Educação (CNE) - orgão consultor do MEC -, como todo curso "stricto sensu", o diploma do mestrado profissional tem validade nacional e grau "idêntico" ao mestrado acadêmico. Sendo assim, quem finaliza o mestrado profissional também fica habilitado a ser um professor universitário, por exemplo.

5. DOUTORADO:

Além dos mestrados, o doutorado é outra modalidade de cursos "stricto sensu". Sendo assim, os normativos são semelhantes. No país, são quase 2 mil cursos voltados para a formação de doutor. Uma quantidade bem mais baixa que a de mestrados acadêmicos, mas superior a de mestrados profissionais. Saiba mais sobre os número


Uma das principais diferenças entre o mestrado e o doutorado está no nível de exigência que é solicitado aos candidatos selecionados no doutorado. Para ser professor de uma universidade pública, por exemplo, é preciso ter o doutorado.

Já depois dessa titulação, o candidato que finaliza o curso de doutorado ainda pode prosseguir nos estudos, realizando aprofundamentos de pesquisas. Tais atividades já são consideradas como de " pós-doc", ou seja, de pós-doutorado. No Brasil, ainda não existe a modalidade de doutorado profissional.

#Perfil do candidato: é recomendável que o postulante tenha forte interesse analítico no desenvolvimento de pesquisas científicas. É preferível que o candidato se dedique inteiramente ao doutorado em regime de dedicação exclusiva.

#Como escolher os cursos? Segue a mesma sistemática do conjunto de cursos "stricto sensu". Assim, para consultar os cursos de doutorado recomendados pela Capes basta o candidato acessar o portal da Capes. Lá, é possível conferir as notas dos programas e também relatórios detalhados sobre a qualidade do corpo docente, das instalações e da proposta curricular do doutorado.

#Fique atento! Mesmo exigindo um nível alto do candidato, é possível que pessoas que tenham apenas o título de graduação tentem uma vaga em doutorados. O candidato deve ficar atento aos editais de seleção.

#Duração: geralmente quatro anos.

#Processo seletivo: Mesma sistemática dos mestrados , ou seja, cabem às instituições de ensino ditarem as regras de seleção dos alunos. De acordo com a Capes, "eventuais abusos de poder podem ser corrigidos através de recurso na própria instituição ou via órgãos de defesa do consumidor".

#Custo: Como são considerados cursos regulares pelo MEC, nenhuma instituição de ensino pública pode cobrar pelo doutorado. Dessa forma, o candidato selecionado não precisa pagar mensalidades para a realização do doutorado. Além disso, é comum parte dos estudantes ganharem uma bolsa mensal de auxílio financeiro durante o curso. Além da Capes, que oferece uma bolsa no valor médio de R$ 2.200, outras agências de fomento como o CNPq, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e as fundações de pesquisa como a Fapesp também oferecem esse tipo de auxílio. Já nas privadas que têm doutorado, praticamente todos os cursos são cobrados. Os alunos de instituições particulares, contudo, também podem postular a essas bolsas de auxílio.

#Trabalho final de conclusão: o candidato precisa defender uma tese "que represente trabalho de pesquisa importando em real contribuição para o conhecimento do tema", atesta a Capes. É também fundamental que o objeto de estudo tenha um enfoque inovador.

#Titulação: oferece o título de doutorado, ou seja, os concluintes podem, sim, ser chamados de doutores.

Fontes

Para a elaboração dessas orientações e construção desse mapeamento consolidado, a reportagem contou com a colaboração de especialistas na área, como o presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), José Fernandes de Lima, Gustavo Balduíno, secretário executivo da Andifes (a associação dos reitores das universidades federais), e o especialista em educação Claudio de Moura Castro, ex-diretor da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão federal responsável pela avaliação dos cursos de mestrado e doutorado no país.

Adicionalmente, ainda foi consultada uma série de normativas presentes nos bancos de dados do Ministério da Educação (MEC), do Conselho Nacional de Educação (CNE) e da Capes. O objetivo era ficar por dentro de todos os detalhes e meandros e simplificar, ao máximo, a legislação. Tudo isso para esclarecer as principais dúvidas dos futuros candidatos da forma mais prática possível.

Os dados sobre o número de pós-graduados formados no país e a relação de doutores por milhão de habitantes no Brasil e em Portugal foram... (continua em http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=3&cid=219959 )








  • DOWNLOAD PARCIAL. LARCEN, César Gonçalves. Mais uma lacônica viagem no tempo e no espaço: explorando o ciberespaço e liquefazendo fronteiras entre o moderno e o pós-moderno atravessando o campo dos Estudos Culturais. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2011. 144 p. il.
  • DOWNLOAD GRATUÍTO. FREE DOWNLOAD. AGUIAR, Vitor Hugo Berenhauser de. As regras do Truco Cego. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2012. 58 p. il.
  • DOWNLOAD GRATUÍTO. FREE DOWNLOAD. LINCK, Ricardo Ramos. LORENZI, Fabiana. Clusterização: utilizando Inteligência Artificial para agrupar pessoas. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2013. 120p. il.
  • DOWNLOAD GRATUÍTO. FREE DOWNLOAD. LARCEN, César Gonçalves. Pedagogias Culturais: dos estudos de mídia tradicionais ao estudo do ciberespaço em investigações no âmbito dos Estudos Culturais e da Educação. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2013. 120 p.
  • CALLONI, H.; LARCEN, C. G. From modern chess to liquid games: an approach based on the cultural studies field to study the modern and the post-modern education on punctual elements. CRIAR EDUCAÇÃO Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação UNESC, v. 3, p. 1-19, 2014.
    http://periodicos.unesc.net/index.php/criaredu/article/view/1437


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Alunos para doutorado acadêmico industrial

Em http://revistapesquisa.fapesp.br/2014/11/18/alunos-para-doutorado-academico-industrial/

Programa-piloto da UFABC com apoio do CNPq oferece doutorado vinculado a geração de produto

Edição 225 - Novembro de 2014


© DANIEL BUENO


Desde o início de outubro até o dia 10 de novembro estão abertas as inscrições para o processo de seleção no programa de Doutorado Acadêmico Industrial (DAI) da Universidade Federal do ABC (UFABC), em Santo André, na Grande São Paulo. “Somos a única universidade que desenvolve um projeto desse tipo, por isso ele ainda é considerado como piloto”, diz o professor Wagner Alves Carvalho, coordenador do programa. “A ideia que deu origem a essa proposta é que o doutorando precisa, além de produção científica e defesa da tese, gerar no final um produto que possa ser aplicado no setor produtivo”, relata. O programa, resultado de um acordo feito com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), foi iniciado em agosto de 2013. Atualmente são quatro os projetos em andamento, distribuídos nas áreas de nanociências em materiais avançados e energia.

Carvalho explica que para a empresa ser parceira no programa ela precisa ter dentro da sua estrutura pelo menos um profissional que atue com pesquisa, desenvolvimento e inovação. “O projeto é concebido em parceria entre a universidade e a empresa”, diz. Cabe à empresa oferecer a infraestrutura para o desenvolvimento do projeto de e indicar um supervisor industrial, que atua como um co-orientador. Ao mesmo tempo, o aluno também tem um orientador acadêmico e toda a infraestrutura da universidade à disposição. “Temos um grupo de orientadores cadastrados que faz a ponte com o supervisor industrial”, diz Carvalho.

De modo geral, os alunos que procuram o doutorado acadêmico já sabem em que área pretendem atuar e quais as empresas de interesse. Mas a universidade também tem uma lista de companhias dispostas a receber os alunos na fase de pré-doutorado, como é chamada a primeira etapa de prospecção do projeto de pesquisa (mais informações no link http://propg.ufabc.edu.br/doutorado-academico-industrial-dai/). Uma parte dessas empresas foi contatada por meio dos próprios orientadores, que já mantém colaborações em projetos de pesquisa, e outras pela agência de inovação da universidade. Carvalho relata que quando faz apresentações do programa em empresas a primeira pergunta que ouve é: “qual a nossa contrapartida financeira?”. Essa contrapartida limita-se ao seguro, auxílio-alimentação e transporte para o aluno selecionado, os mesmos benefícios dados aos funcionários.

No processo de inscrição, além dos documentos normalmente solicitados nesses processos seletivos, os interessados precisam apresentar uma carta de motivação e duas cartas de recomendação.“Na carta de motivação é preciso também justificar a razão pela qual ele está se candidatando a esse tipo de programa, e não a um programa acadêmico clássico, já que os perfis são distintos”, diz Carvalho. Os selecionados são matriculados na universidade inicialmente como alunos especiais vinculados ao doutorado acadêmico industrial. “Durante seis meses eles ficam integralmente na empresa, para prospecção dos possíveis projetos de pesquisa que poderão ser desenvolvidos.”

Identificada a proposta de pesquisa, o aluno escreve o projeto e o encaminha ao programa para ser então submetido a aprovação do supervisor industrial e do orientador acadêmico. “A proposta precisa ter tanto a abrangência de um projeto de doutorado clássico como o assunto escolhido ser de interesse da empresa. “Após a aprovação do projeto, é feita a matrícula do doutorando em um dos programas regulares de pós-graduação. Desde o pré-doutorado, quando o aluno entra na empresa, ele já começa a receber uma bolsa do CNPq por até seis meses, que se estenderá por mais... (continua em http://revistapesquisa.fapesp.br/2014/11/18/alunos-para-doutorado-academico-industrial/ )
  • DOWNLOAD PARCIAL. LARCEN, César Gonçalves. Mais uma lacônica viagem no tempo e no espaço: explorando o ciberespaço e liquefazendo fronteiras entre o moderno e o pós-moderno atravessando o campo dos Estudos Culturais. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2011. 144 p. il.
  • DOWNLOAD GRATUÍTO. FREE DOWNLOAD. AGUIAR, Vitor Hugo Berenhauser de. As regras do Truco Cego. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2012. 58 p. il.
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  • DOWNLOAD GRATUÍTO. FREE DOWNLOAD. LARCEN, César Gonçalves. Pedagogias Culturais: dos estudos de mídia tradicionais ao estudo do ciberespaço em investigações no âmbito dos Estudos Culturais e da Educação. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2013. 120 p.
  • CALLONI, H.; LARCEN, C. G. From modern chess to liquid games: an approach based on the cultural studies field to study the modern and the post-modern education on punctual elements. CRIAR EDUCAÇÃO Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação UNESC, v. 3, p. 1-19, 2014.
    http://periodicos.unesc.net/index.php/criaredu/article/view/1437


segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

A melhor aluna de MBA do mundo

Em http://sol.pt/noticia/119925

A melhor aluna de MBA do mundo: 'Acho exagerado considerarem-me um exemplo'

07/12/2014 18:31:31

Marta Cunha foi considerada a melhor aluna de MBA do mundo e elogiada por conciliar o mestrado com a actividade profissional e familiar. Tem dois filhos, que pretende agora recompensar pelas ausências ao longo do último ano.

Quando subiu ao palco do Royal Institute of British Architects, em Londres, Marta Cunha apenas esperava conseguir uma das três menções honrosas. Estava de «cabeça baixa», convencida de que o prémio de estudante de MBA do ano – atribuído pelo jornal britânico The Independent e pela AMBA, a principal associação internacional de mestrados em administração de negócio – iria para um dos outros cinco finalistas. Quando disseram o seu nome, a surpresa foi total e até tiveram de a chamar para o discurso. Acabou por sair da gala, a 30 de Outubro, não só com o prémio principal (pela primeira vez atribuído a um português), mas também com os rasgados elogios de Andrew Main Wilson, o director da AMBA. Atento ao facto de a aluna do mestrado executivo da Porto Business School (PBS), de 38 anos, ser mãe de dois filhos (de seis e dois anos), considerou-a um «modelo inspirador para outras mães profissionais e trabalhadoras», destacando-a ainda como «uma força da natureza» e «guru das ideias».

«Sou uma privilegiada», conta ao SOL a aluna do ano. «Há pessoas com vidas muito mais complicadas do que a minha. Acho exagerado considerarem-me um exemplo, mas não se pode dizer que estudar e trabalhar é fácil. Quem tem filhos sabe que a nossa vida muda muito, porque as crianças nos tiram o tempo todo. São maravilhosas, mas precisam de nós». A portuense, licenciada em Gestão pela Universidade do Porto (UP), trabalha há 14 anos na Sonae (primeiro e único empregador da carreira) como gestora de inovação para a área de retalho, e confessa que só «passado uns dias» é que se apercebeu da dimensão do prémio. Quando lhe ligaram a dizer que Marcelo Rebelo de Sousa a tinha mencionado no seu comentário televisivo semanal, começou a ter uma melhor noção do mediatismo que a esperava.

Antes disso, já se tornara popular na própria empresa. Quando abandonou o palco da gala, a primeira mensagem foi dirigida ao marido – curiosamente ex-aluno da Porto Business School, também licenciado em Gestão pela UP –, mas a segunda foi dirigida à chefia. De imediato começaram a 'chover' telefonemas e mensagens da Sonae, incluindo de Belmiro Azevedo, presidente do Conselho de Administração, e de Paulo Azevedo, presidente executivo. «Foi muito carinhoso da parte deles. Ambos me enviaram mensagens a dar os parabéns pelo que tínhamos atingido, de uma forma muito pessoal. Fiquei muito sensibilizada».

Gerir o tempo

Com uma média de 18 valores quando apenas falta entregar o trabalho final, Marta Cunha revelou-se uma estudante exemplar ao longo do último ano, mas não foi apenas isso que o júri (composto por um elemento da AMBA, outro do The Independent e ainda executivos da Google e da Nike) avaliou. Na entrevista final, em Londres, surpreenderam-na com perguntas e instruções como 'fale 30 segundos sobre o que quiser', testando a capacidade de comunicação e entusiasmo da portuense. «Sou um bocado faladora e tinham de me interromper e passar à próxima pergunta. Saí de lá a pensar que não os tinha convencido, porque mantiveram sempre uma postura extremamente fechada, julgo que por estratégia», recorda.

No entanto, nada teria sido possível sem as excelentes classificações e a admiração dos colegas de turma, que a elegeram como uma de duas representantes do MBA executivo. Depois da PBS a escolher como candidata da escola, em competição com alunos de todas as instituições acreditadas pela AMBA, em 22 países, foram tidos em conta factores curriculares, profissionais e outros mais subjectivos para se chegar aos seis finalistas. A preparação para a final – Marta estudou os adversários e formas de impressionar o júri – foi mais uma tarefa a acumular numa agenda diária que lhe tirou a possibilidade de usufruir de tempos livres. Ir ao teatro ou ler algo fora do âmbito da Harvard Business Review (uma revista que é uma verdadeira bíblia para os gestores) ficou «fora de questão».

A rotina passou a ser orientada de forma a aproveitar cada segundo e manter os hábitos dos filhos, aos quais se vai voltar a dedicar de «corpo e alma» mal termine o MBA. «Tentava sair do trabalho a horas decentes, nunca depois das 19h00, para poder ir buscar os miúdos, estar com eles, dar-lhes o banho e o jantar, até se deitarem às 21h30. Depois começava a estudar até onde a resistência permitisse. Deixei de ter tempo para mim e para a vida de casal». O domingo era dedicado exclusivamente à família – «é o dia das brincadeiras, dos legos e para ir ao cinema» –, pelo menos até as crianças se deitarem.

Marta Cunha recusa a ideia de ser uma super-mulher ou a versão feminina do 'Homem Sonae' (uma cartilha para os colaboradores da empresa criada por Belmiro de Azevedo em 1985). Apenas quer que fique o exemplo de que as mulheres com filhos não se devem resignar à ideia de não ter tempo para continuar a sua formação. «Acho que o equilíbrio é fundamental e as pessoas têm de o encontrar. Pode haver períodos de pico de trabalho ou estudo, mas depois isso tem de ser compensado. Se não equilibrarmos a vida familiar e profissional e os estudos, naturalmente o nosso desempenho vai começar a piorar. Acredito muito nisto».

Embaixadora dos MBA

Foram os próprios responsáveis da Sonae a incentivar Marta Cunha a inscrever-se no MBA, apesar de terem de lhe ceder as sextas-feiras, um dia exclusivamente dedicado às aulas. «Sabiam que tinha interesse, mas a própria empresa financiou na totalidade o curso. Fazer o MBA fazia parte da minha função durante este ano, o que não significa que a exigência tenha sido diminuída. Os objectivos tinham de ser cumpridos, mas o mestrado não era um mero extra».

Durante o próximo ano, a gestora vai funcionar como espécie de embaixadora dos MBA, o que pode acarretar novas ausências do trabalho. Mas por certo a Sonae não levantará objecções, porque a mente da gestora vai continuar a fervilhar. «Uma das minhas missões é criar um ambiente seguro e confortável, para que as pessoas atirem ideias fora do alcance, que depois trazemos à terra. Costuma dizer-se que uma ideia tem de ser inicialmente absurda para haver esperança para ela», explica. A gestora lidera uma equipa de cinco pessoas que funciona como facilitador da inovação dentro do grupo Sonae e pela qual já passaram novidades como as caixas de auto-atendimento nos supermercados Continente.

Agora, Marta quer terminar o MBA «em beleza», mas não espera uma promoção imediata motivada pelo prémio internacional, até porque considera que a actual empresa sempre lhe permitiu evoluir. Acima de tudo quer... (continua em http://sol.pt/noticia/119925 )
  • DOWNLOAD PARCIAL. LARCEN, César Gonçalves. Mais uma lacônica viagem no tempo e no espaço: explorando o ciberespaço e liquefazendo fronteiras entre o moderno e o pós-moderno atravessando o campo dos Estudos Culturais. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2011. 144 p. il.
  • DOWNLOAD GRATUÍTO. FREE DOWNLOAD. AGUIAR, Vitor Hugo Berenhauser de. As regras do Truco Cego. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2012. 58 p. il.
  • DOWNLOAD GRATUÍTO. FREE DOWNLOAD. LINCK, Ricardo Ramos. LORENZI, Fabiana. Clusterização: utilizando Inteligência Artificial para agrupar pessoas. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2013. 120p. il.
  • DOWNLOAD GRATUÍTO. FREE DOWNLOAD. LARCEN, César Gonçalves. Pedagogias Culturais: dos estudos de mídia tradicionais ao estudo do ciberespaço em investigações no âmbito dos Estudos Culturais e da Educação. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2013. 120 p.
  • CALLONI, H.; LARCEN, C. G. From modern chess to liquid games: an approach based on the cultural studies field to study the modern and the post-modern education on punctual elements. CRIAR EDUCAÇÃO Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação UNESC, v. 3, p. 1-19, 2014.
    http://periodicos.unesc.net/index.php/criaredu/article/view/1437