quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

"Looking for a job"? Sofia Mesquita já não está

Em http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/looking_for_a_job_sofia_mesquita_ja_nao_esta.html

25 Fevereiro 2014, 00:05 por Patrícia Abreu | pabreu@negocios.pt


Jovem de 28 anos conseguiu dar a volta ao desemprego com um currículo original. Vídeo viral tirou-a do anonimato e colocou-a no radar das empresas.
Uma cartolina, algumas fotografias e uma boa dose de imaginação. Em três dias o vídeo com o currículo de Sofia Mesquita invadiu as redes sociais. Deixou de ser ela a contactar as empresas, para passar a receber propostas de entrevistas. Este é um exemplo de como a originalidade pode fazer a diferença e tirar um jovem à procura de emprego do anonimato, de entre as centenas de currículos que chegam às empresas.

"Estive desempregada durante um ano e dois meses. Todos os dias pesquisava nos ‘sites’, ia de porta em porta e enviava currículos", conta Sofia Mesquita, licenciada em Comunicação Social e Educação Multimédia. "Não tinha ‘feedback’ nenhum. Sentia que ninguém o via. Percebi que o que tinha que fazer em primeiro lugar era chamar a atenção entre tantos outros", lembra a jovem de 28 anos, actualmente gestora de redes sociais na Live Content.

E assim o fez. Depois de perder algum tempo a pensar no que poderia fazer, Sofia Mesquita teve uma ideia: desenhar o seu perfil de Facebook numa cartolina. "O Facebook era a rede social que mostrava o que tinha", daí a escolha. Com uma cartolina branca na mão, Sofia Mesquita desenhou toda a sua página de Facebook, sem esquecer todas as informações, os "gostos", e claro o estado: "Looking for a job".

Ao longo de duas semanas desenhou e tirou fotografias, um trabalho minucioso e que lhe custou todas as manhãs durante esse período. A tarde era dedicada a um "part-time" num "call center". Depois foi editar um vídeo onde mostrava passo a passo tudo o que fez e partilhar na Internet. "Pus no Youtube e depois partilhei no Facebook na quarta-feira à noite", conta a gestora de conteúdos.

Video tornou-se viral

Começou desde logo a receber reacções de família e amigos, a darem-lhe os parabéns pelo trabalho. E o resultado não tardou: "nos três dias seguintes o vídeo começou a aparecer em todo o lado". Tornou-se viral. A partir daqui, a situação de Sofia Mesquita mudou. Passou do anonimato, em que não recebia nenhuma resposta, nem qualquer proposta de entrevista de trabalho, para ser contactada directamente pelas empresas sem sequer ter que enviar o vídeo ou o currículo. "A minha ideia era enviar o currículo tradicional e o vídeo em anexo, mas não foi preciso", conta.

Ainda assim, a oferta de trabalho não foi imediata. Em três meses, o período que demorou a conseguir emprego, foi a oito entrevistas e recebeu vários contactos de empresas a dar os parabéns pelo vídeo. E, em Dezembro de 2012, a sorte mudou. Foi este o mês em que Sofia Mesquita começou a trabalhar como gestora de redes sociais na Live Content, onde continua até hoje.

Um ano e dois meses depois, Sofia Mesquita não poderia estar mais satisfeita. O resultado de uma boa dose de imaginação e uma inspiração para... ( continua em http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/looking_for_a_job_sofia_mesquita_ja_nao_esta.html )

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

BikePoa chega a 400 mil viagens em Porto Alegre

Em http://www2.portoalegre.rs.gov.br/portal_pmpa_novo/default.php?p_noticia=167521&BIKEPOA+CHEGA+A+400+MIL+VIAGENS+EM+PORTO+ALEGRE

24/02/2014 10:08:23

Foto: Anselmo Cunha/PMPA
Capital possui 20 km de ciclovias e deve chegar a 50 km até o final do ano

Capital possui 20 km de ciclovias e deve chegar a 50 km até o final do ano

Criado em setembro de 2012, o BikePoa atingiu, no último final de semana, a marca de 400 mil viagens pelas ruas de Porto Alegre. O sistema oferece 38 estações, com 380 bicicletas à disposição de um universo de 100 mil pessoas cadastradas. A previsão da EPTC é oferecer mais dois pontos para estação, junto ao Estádio Beira-Rio, dependendo do andamento das obras para a Copa do Mundo, e nas imediações do Shopping Total, até o final de março.

De acordo com avaliação do arquiteto Antônio Vigna, coordenador de Projetos Especiais da EPTC, o BikePoa representa sucesso absoluto no perfil da mobilidade da Capital. “Neste um ano e cinco meses, constatamos êxito absoluto na implantação deste sistema de deslocamento. São muitos os pedidos de ampliação do BikePoa, com avaliação positiva pela EPTC para novas instalações de estações e mais bicicletas para deslocamento dos usuários”.

A EPTC contabiliza mais de 20 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas já implantadas, espaços espalhados em diversos pontos da cidade. A projeção é alcançar 50 quilômetros até o final de 2014.



/bikepoa /mobilidade

Texto de: Claudio Furtado
Edição de: Caren Mello
Autorizada a reprodução dos textos, desde que a fonte seja citada.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Histórias na gaveta

Em http://revistapesquisa.fapesp.br/2014/02/12/historias-na-gaveta/

Maior parte das pesquisas de Emil Snethlage, realizadas com indígenas em Rondônia nos anos 1930, permanece inédita

NELDSON MARCOLIN | Edição 216 - Fevereiro de 2014

© ACERVO DA FAMÍLIA SNETHLAGE

Snethlage na reserva técnica do Museu Etnográfico de Berlim, nos anos 1930

Snethlage na reserva técnica do Museu Etnográfico de Berlim, nos anos 1930

A Alemanha guarda desde os anos 1930 registros únicos de indígenas do alto rio Madeira e do vale do rio Guaporé, em Rondônia. São informações sobre costumes, localização, anotações de palavras e frases de línguas de etnias em via de desaparecer, além de fotografias, um filme mudo de danças e rituais, músicas gravadas em cilindros de cera, 2.400 objetos e depoimentos de nativos, que auxiliariam os descendentes dos habitantes daquela região a resgatar um período de sua própria história. Parte desse acervo está disponível para consulta no Museu Etnográfico de Berlim e no Arquivo Fonográfico de Berlim. Outra parte, igualmente importante, permanece inédita com Rotger Snethlage, filho do etnólogo Emil-Heinrich Snethlage, pesquisador alemão que realizou um extenso trabalho de coleta e observação durante duas longas visitas ao país.

Emil Snethlage (1897-1939) era sobrinho de Emilia Snethlage (1868-1929), ornitóloga alemã contratada por Emílio Goeldi para o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), em Belém, no ano de 1905. Emilia é uma das principais cientistas da história do museu, que dirigiu em duas ocasiões. As histórias e cartas da tia inspiraram o filho de seu irmão a seguir carreira científica como pesquisador viajante. Aconselhado por ela, Emil estudou botânica e se doutorou em 1923 em Berlim.

© ACERVO DA FAMÍLIA SNETHLAGE

Sequência de filme mudo de Snethlage mostra índios Amniapé e Guarategaja jogando bola de látex, que podia ser tocada exclusivamente com a cabeça (s/d)

Sequência de filme mudo de Snethlage mostra índios Amniapé e Guarategaja jogando bola de látex, que podia ser tocada exclusivamente com a cabeça (s/d)

No mesmo ano ele veio para o Brasil e iniciou uma expedição – acompanhada em parte por Emilia – por vários estados do Nordeste para ajudar a formar uma coleção para o Museu Field de História Natural de Chicago, nos Estados Unidos. Orientado pela tia, Emil catalogou 449 espécies de aves e escreveu três artigos para o Journal für Ornithologie. Também encontrou vários povos indígenas pelo caminho, sempre tomando notas sobre sua cultura. Voltou para a Alemanha em 1926 e uma palestra na Sociedade Berlinense de Antropologia o levou a ser contratado como assistente pelo Museu Etnográfico de Berlim. Rapidamente Emil deixou a botânica e a zoologia em segundo plano para abraçar a etnologia.

Em 1933 voltou ao Brasil a serviço do museu berlinense e conheceu o vale do rio Guaporé, na parte fronteiriça entre Brasil e Bolívia, a mesma região visitada por Claude Lévi-Strauss anos mais tarde. Snethlage ficou na área até 1935 e esteve em contato com pelo menos 13 etnias. Nesse período escreveu um extenso diário, além de fazer gravações, fotos e pelo menos um filme mudo.

© ACERVO DA FAMÍLIA SNETHLAGE

Índio Apinajé, provavelmente no Maranhão (s/d)

Índio Apinajé, provavelmente no Maranhão (s/d)

“Os estudos feitos por ele são o único registro científico e sistemático daqueles povos indígenas entre as décadas de 1930 e 1950, mas permanecem inéditos na maior parte”, diz Gleice Mere, jornalista e fotógrafa pós-graduada em design fotográfico na Alemanha. Ela é a procuradora do acervo de Emil Snethlage no Brasil e pesquisadora independente, sem vínculo institucional. Na edição de setembro-dezembro de 2013 do Boletim do MPEG – Ciências Humanas ela publicou um artigo científico com notas biográficas, análise das duas expedições do pesquisador e cartas do etnólogo Curt Nimuendajú.

Emil escreveu 1.042 páginas de diário de campo. Não conseguiu publicar a maior parte dos estudos feitos no Brasil porque morreu precocemente, aos 42 anos, em consequência de uma embolia pulmonar. “De acordo com Rotger”, conta Gleice, “depois da morte do pai, sua mãe, Anneliese, datilografou o manuscrito e o protegeu dos nazistas – Emil não era membro do partido de Hitler – e dos bombardeios a Berlim”. Hoje, Rotger, na Alemanha, e Gleice, no Brasil, tentam obter financiamento para publicar esse material.

“O diário de campo de Snethlage é um material riquíssimo para antropólogos e descendentes dos povos indígenas visitados por ele”, diz o linguista holandês Hein van der Voort, pesquisador do MPEG, que trabalha com os índios do Guaporé e teve acesso ao manuscrito. Em 2009, nove índios daquela região visitaram museus da Basileia (Suíça), Viena (Áustria), Leiden (Holanda) e Berlim. Eles levaram objetos originais de seus povos e conheceram os acervos indígenas dessas instituições. “Uma indígena reconheceu em uma gravação feita por Emil nos anos 1930 as músicas cantadas por seu pai; outro, de uma etnia que quase foi extinta, redescobriu nomes de antepassados, já perdidos no tempo”, conta Gleice, que acompanhou... ( continua em http://revistapesquisa.fapesp.br/2014/02/12/historias-na-gaveta/ )

Estudo revela a arquitetura rural do século XIX no interior do Nordeste

Em http://revistapesquisa.fapesp.br/2014/02/12/outros-sertoes/

Outros sertões

Estudo revela a arquitetura rural do século XIX no interior do Nordeste

JULIANA SAYURI | Edição 216 - Fevereiro de 2014

© NATHÁLIA DINIZ

Casa da fazenda Sabugi, no Rio Grande do Norte

Casa da fazenda Sabugi, no Rio Grande do Norte

O sertão é do tamanho do mundo, dizia Guimarães Rosa. Dizia como ainda dizem os que se enveredam pelos tortuosos caminhos dos rincões nordestinos em busca de histórias, respostas, saberes. Não raro, porém, muitos retornam dessas terras ainda mais intrigados com novas questões. A pesquisadora Nathália Maria Montenegro Diniz mergulhou diversas vezes nesse território. Ali nasceram a dissertação de mestrado Velhas fazendas da Ribeira do Seridó (defendida em 2008) e a tese de doutorado Um sertão entre tantos outros: fazendas de gado nas Ribeiras do Norte (em 2013), ambas realizadas sob orientação de Beatriz Piccolotto Siqueira Bueno, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). Nessas empreitadas, ela encontrou não apenas respostas a seus estudos sobre a arquitetura rural do século XIX sertão adentro, mas também questionamentos novos que deram fôlego para um novo projeto de pesquisa, vencedor da 10ª edição do Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica – Clarival do Prado Valladares, divulgado em dezembro. O projeto O conhecimento científico do mundo português do século XVIII, de Magnus Roberto de Mello Pereira e Ana Lúcia Rocha Barbalho da Cruz, também foi premiado. Os vencedores foram escolhidos entre 213 trabalhos inscritos pela originalidade dos temas. O prêmio inclui a produção e publicação de um livro, sem valor predeterminado.

É difícil desvencilhar a história pessoal de Nathália Diniz de seu itinerário intelectual. De uma família de 11 filhos originária de Caicó, na região do Seridó, interior do Rio Grande do Norte, ela foi a primeira a nascer na capital potiguar. Em 1975, a família mudou-se para Natal – professores de matemática por ofício, os pais pretendiam oferecer melhores condições educacionais para os filhos. Nas férias e feriados todos retornavam à pequena cidade, onde ficavam em uma das casas das fazendas que pertenceu ao tataravô da pesquisadora. “Logo cedo pude notar as visões diferentes construídas sobre o sertão nordestino. As casas que eu via não eram as mesmas retratadas nas novelas de época, da aristocracia rural. Era outro sertão”, lembra.

© NATHÁLIA DINIZ

Casa da fazenda Almas de Cima, também no Rio Grande do Norte: preservação  ainda precária

Casa da fazenda Almas de Cima, também no Rio Grande do Norte: preservação ainda precária

Graduada em arquitetura e urbanismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Nathália quis explorar os outros sertões esquecidos no século XIX, mais especialmente no Seridó, uma microrregião do semiárido que ocupa 25% do território do estado. Lá o povoamento se iniciou no século XVII com as fazendas de gado e o cultivo de algodão. Ainda estudante, deu o primeiro passo nessa direção quando participou de um projeto de extensão que investigou os núcleos de ocupação original do Seridó a partir de registros fotográficos e fichas catalográficas feitas por estudantes e pesquisadores. Descobriram, assim, que essas casas, posteriores ao período colonial, mantinham características herdadas da arquitetura colonial ao lado de elementos ecléticos modernos.

Uma vez bacharel, Nathália viajou a São Paulo para participar de um encontro de arquitetos e deparou com o processo seletivo para mestrado na FAU. Decidiu, então, despedir-se do Nordeste para estudar na capital paulista. “Foi preciso partir para poder redescobrir os sertões”, diz ela. Para seu projeto de dissertação, a jovem arquiteta tinha um trunfo: a originalidade da pesquisa sobre as casas de Seridó. “Quase ninguém conhece aquele patrimônio. Quis apresentar essa realidade nas minhas pesquisas.”

© NATHÁLIA DINIZ

Exemplos da arquitetura sertaneja na Paraíba:  sede da fazenda Sobrado

Exemplos da arquitetura sertaneja na Paraíba: sede da fazenda Sobrado

Acervo arquitetônico
Nathália investigou o acervo arquitetônico rural do Seridó, de formas simples e austeras, sem o apelo estético de outros exemplares do litoral nordestino. Essas construções, entre casas de famílias, casas de farinha e engenhos, representam um tipo de economia do século XIX alicerçado no pastoreio e no cultivo de algodão. Embora fundamental para a identidade da região, segundo o estudo, esse acervo composto por 52 edificações conta com poucas iniciativas concretas para tornar viável sua preservação.

No início do século XVII, com o povoamento do interior do Rio Grande do Norte, sesmeiros pernambucanos fincaram raízes no Seridó. Foi no século XVIII que surgiram as casas na região feitas de taipa, com madeiramento amarrado com couro cru, chão de barro batido e térreas, com telhado de beira e bica. Lentamente, as casas de taipa passaram a alvenaria, com tijolos apenas na fachada. Por fim, no século XIX, o Seridó ficou marcado pela construção de grandes casas de fazenda, habitadas pelo proprietário, familiares, agregados e escravos.

No doutorado, a arquiteta expandiu horizontes, territoriais e teóricos. Por um lado, debruçou-se sobre a arquitetura rural vinculada às fazendas de gado nos sertões do Norte (atuais estados da Bahia, Paraíba, Pernambuco, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte). Ela mapeou um acervo de 116 casas-sede a partir de levantamentos arquitetônicos do Piauí, Ceará e Bahia. A fim de melhor compreender o patrimônio material e imaterial nas habitações rurais dessa região, entrou nos campos da história social e da história econômica.

Do inventário de 116 casas-sede alicerçadas em pedra bruta, erigidas em diferentes ribeiras (Ribeira do Seridó, do Piauí, da Paraíba, dos Inhamuns e do São Francisco e Alto Sertão Baiano), a pesquisadora notou a heterogeneidade das construções arquitetônicas nas rotas do gado no Nordeste, que mantinham um mercado interno agitado, embora desconhecido, no calcanhar da economia do litoral exportador. Eram ainda construções pensadas para a realidade sertaneja, com sótãos e outras estruturas propícias para arejar os ambientes castigados pela alta temperatura e pelo tempo seco.

© NATHÁLIA DINIZ

A casa da fazenda Santa Casa

A casa da fazenda Santa Casa

Contornando ribeiras e atravessando sertões, Nathália Diniz construiu suas investigações a partir de vestígios de tijolo, pedra e barro. Muitas casas de taipa, mencionadas nos arquivos, não resistiram ao tempo e desapareceram. Restaram fazendas formadas por casas-sede e currais. Entre as características da maioria das construções estavam à disposição dos ambientes: os serviços nos fundos do terreno, com tachos de cobre, pilões, gamelas; e a intimidade da vida doméstica no miolo das edificações, com mobiliário trivial, como mesas rústicas e redes, assentos de couro e de sola, baús e arcas de madeira. Em muitas fazendas, em paralelo a criação de gado, cultivaram-se cana-de-açúcar e mandioca, de onde viriam a rapadura e a farinha, que, ao lado da carne de sol, tornaram-se a base da alimentação sertaneja. “A arquitetura rural não segue modelos”, diz Nathália. “Os primeiros proprietários dessas casas eram filhos dos antigos senhores de engenho do litoral. Se a arquitetura rural tivesse um modelo, eles teriam construído casas similares às de seus pais no litoral, o que não ocorreu. A arquitetura dos sertões mostra a formação de uma sociedade a partir da interiorização dos sertões do Norte, de uma economia marcada pelo gado.”

Depois do doutoramento em São Paulo, a pesquisadora retornou a Natal, onde é professora de história da arte e de arquitetura no Centro Universitário Facex. Seu projeto atual é aprofundar a análise arquitetônica das casas-sede, explorando uma lacuna na historiografia brasileira sobre as relações sociais e suas consequências materiais nos sertões, ainda hoje um universo inóspito e incógnito, marcado por longas distâncias e imensos vazios. Esses territórios ficaram esquecidos, apesar de presentes na literatura e nos relatos memorialistas. Daí brotaram generalizações sobre o Nordeste e sua arquitetura rural, ainda compreendida a partir dos padrões dominantes da Zona da Mata pernambucana e do Recôncavo Baiano – o que, nas palavras da pesquisadora, não condiz com a realidade.

Originalidade do tema
O novo trabalho será bancado com o prêmio ganho em dezembro e desenvolvido com o apoio de Beatriz Bueno, da FAU-USP. “O projeto de Nathália foi escolhido pela originalidade do tema e pela oportunidade que nos proporciona de compreender o processo de ocupação do sertão brasileiro e suas dimensões econômica, histórica e social”, diz o coordenador do Comitê Cultural da Odebrecht, Márcio Polidoro. Na economia, ela destacará o ferro que marcava o gado e que permitia identificar a fazenda à qual pertencia – até agora, a pesquisadora já coleciona 653 desenhos de ferro diferentes. “Num sertão disperso, sem fronteiras claramente visíveis, pontuado por tribos indígenas inimigas, o gado carregou a representação do território e da própria propriedade dos que vinham de outros lugares”, define. Na sociedade, ao cruzar os inventários post-mortem encontrados nos arquivos e nas casas, pretende compreender e revelar a vida cotidiana do sertanejo que se desenrolava a morosos passos no século XIX. Fará novas viagens para refazer fotografias e rever... ( continua em http://revistapesquisa.fapesp.br/2014/02/12/outros-sertoes/ )

Projeto
Paisagem cultural sertaneja: as fazendas de gado do sertão nordestino (nº 2009/09508); Modalidade Bolsa de Doutorado; Pesquisadora responsável Beatriz Piccolotto Siqueira Bueno; Bolsista Nathália Maria Montenegro Diniz; Investimento R$ 130.587,92 (FAPESP)

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Concurso do Banco do Brasil traz questão polêmica sobre Facebook

Em http://www.noticiasbr.com.br/concurso-do-banco-do-brasil-traz-questao-polemica-sobre-facebook-135329.html

No último domingo, dia 9 de fevereiro, foi realizado o primeiro concurso público do Banco do Brasil em 2014. E, logo de cara, a prova teve uma questão que causou polêmica na internet: após uma rápida introdução sobre o Facebook, a questão perguntava qual era a ordem dos botões de interação em postagens. A resposta correta é “Curtir, Comentar e Compartilhar”.

Edital

No edital do concurso, o Banco do Brasil previa o quesito “conhecimentos gerais sobre redes sociais”. Ou seja, na prática, o conteúdo da questão era válido, pois o tema estava previsto no edital de abertura do concurso. Entretanto, nas próprias redes sociais, muitos internautas passaram a questionar o mérito da pergunta.

Para diversas pessoas, incluindo aquelas que prestaram o concurso, a questão era fácil, mas não tinha validade como “conhecimento de redes sociais”.

Mudanças

Em 2012, o Banco do Brasil anunciou algumas mudanças no estilo de seus concursos públicos, informando que passaria a cobrar conteúdos novos, com diferentes abordagens a temas já cobrados anteriormente. O objetivo da instituição, com isso, era o de valorizar os candidatos que estivessem mais atualizados com dispositivos virtuais diversos.

Após a polêmica sobre a questão, o Banco do Brasil se defendeu, afirmando que a pergunta é condizente com a estratégia buscada pela instituição em seus últimos concursos públicos. O Banco do Brasil publicou uma nota declarando que o tema é atual e há vasto material sobre o assunto, que pode ser encontrado na própria internet, além de filmes, artigos e livros.

Para quem questionou a validade de se conhecer o Facebook para trabalhar como escriturário, o Banco do Brasil informou que as redes sociais permitem a obtenção de subsídios para o desenvolvimento de uma série de novos produtos e serviços, pensados para atender as demandas dos clientes.

Banca

Como já é tradição nas provas do Banco do Brasil, a banca responsável pela elaboração da prova foi a Cesgranrio. Por meio de sua assessoria, a Cesgranrio afirmou que não irá comentar a questão.

O concurso realizado no último domingo tem como objetivo selecionar futuros escriturários do Banco do Brasil em oito estados, além do Distrito Federal. Mais de 635 mil pessoas se inscreveram para o concurso. O salário inicial para escriturários no Banco do Brasil é de R$2043,36, com uma jornada de trabalho semanal de 30 horas.

Recursos

Em diversos fóruns criados no próprio Facebook, candidatos que realizaram o exame cogitaram a possibilidade de entrar com recursos contra a questão. Embora fosse uma pergunta de fácil resposta para quem está acostumado a utilizar a rede social, alguns afirmaram que não sabiam responder à pergunta porque simplesmente não prestam atenção neste detalhe. Outros disseram que o conteúdo da questão era irrelevante, pois a ordem dos botões de interação nada tem a ver com conhecimentos gerais sobre redes sociais, sendo apenas um detalhe sem importância.

Os candidatos podem... ( continua em http://www.noticiasbr.com.br/concurso-do-banco-do-brasil-traz-questao-polemica-sobre-facebook-135329.html )

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

John Carmack saiu da ID Software porque "não poderia trabalhar com realidade virtual"

Em http://adrenaline.uol.com.br/games/noticias/20421/john-carmack-saiu-da-id-software-porque-nao-poderia-trabalhar-com-realidade-virtual.html

autor: kerber

Durante uma entrevista no USA Today, o lendário John Carmack, "co-fundador do gênero FPS" e um dos culpados por pessoas jogarem em computadores hoje em dia, deixou mais claro o motivo de sua saída da id Software e entrada no time de desenvolvimento do Oculus Rift: não ia poder trabalhar com a realidade virtual na id.

Carmack afirmou que chegou a tentar unir as duas empresas, para trabalharem em conjunto no desenvolvimento de games tornando futuros lançamentos como o "Wolfenstein: New Order" e "Doom" compatíveis com a realidade virtual. Porém, ele não teria conseguido convencer o restante da empresa a investir recursos e desenvolvedores para fazer o Oculus Rift funcionar com os novos jogos da id.

Vendo que não havia outra forma, e seguro que a realidade virtual é o futuro da indústria dos games, Carmak não viu outra escolha senão sair da id e entrar para o time de desenvolvimento do Oculus Rift, para se manter ativo na evolução desta tecnologia.

O Oculus Rift já está na mão de diversos desenvolvedores, e ganhou uma versão mais eficiente apresentada na CES 2014. No momento, a empresa vem focando na evolução do produto, e principalmente no contato com estúdio de games, para criação de jogos compatíveis, sendo que por hora temos confirmado The Witness, o sistema de realidade virtual do Steam, o Steam VR, e um que me recuso a jogar, pois nem sobrevivi ao Amnesia em uma tela normal, o game de terror The Forest. A empresa também recebeu um aporte de recursos, na casa dos 75 milhões de dólares, para criar a versão final para os consumidores do óculos de realidade virtual. 

Pelo visto, para John Carmack, o futuro da indústria dos games está mais no Oculus Rift do que em um Doom 4. Alguém aí duvidaria da opinião de um dos criadores de franquias icônicas, como Wolfenstein, Quake e o próprio... ( continua em http://adrenaline.uol.com.br/games/noticias/20421/john-carmack-saiu-da-id-software-porque-nao-poderia-trabalhar-com-realidade-virtual.html )