Novo Megaupload não poderá ser fechado pelas autoridades
Todo o mundo lembra da guerra iniciada pelo governo dos EUA contra o "monstro da pirataria" Kim Dotcom e seus parceiros do site de armazenamento digital Megaupload, jogados na cadeia por cometerem "vários" delitos aos olhos americanos.
Dotcom e três de seus parceiros continuam na Nova Zelândia, onde foram presos em janeiro de 2012, e enfrentam extradição para os EUA sob a acusação de "envolvimento em uma conspiração de extorsão, conspiração para cometer infração de direitos autorais, conspiração para cometer lavagem de dinheiro, e duas acusações de violação de direitos autorais", de acordo com o Departamento de Justiça americano.
Apesar de serem pintados como uma espécie de "Poderosos Chefões" da atualidade, Dotcom e seus parceiros não tem nenhuma intenção em abandonar o mercado online.
Eles estão planejando o lançamento de um novo serviço, agora chamado Mega, que será ligeiramente diferente do antigo Megaupload, para impedir que a lei os considere responsáveis pelos arquivos baixados.
Como o antigo site, o Mega permitirá aos usuários fazer upload de, armazenar e compartilhar grandes arquivos de dados.
Porém, todos os arquivos carregados no serviço serão criptografados. Para desbloqueá-los após o download, será necessário o uso de uma senha.
Ao criptografar os arquivos, seria impossível para o Mega conhecer seu conteúdo, o que lhe isentaria da responsabilidade de excluir dados protegidos por direitos autorais.
Dotcom e seu parceiro Mathias Ortmann explicam que os arquivos serão primeiro codificados no navegador de um cliente, utilizando o chamado algoritmo padrão de criptografia avançada. O usuário recebe então uma segunda chave única para a decodificação dos arquivos.
Caberá aos usuários e aos desenvolvedores de aplicativos controlar o acesso a um determinado arquivo enviado, seja uma música, um filme, videogame, livro ou documento de texto.
Como essa chave de decodificação não é armazenada no Mega, a empresa não teria meios para ver o arquivo enviado em seu servidor. Portanto, seria impossível para o Mega saber ou ser responsabilizado pelo conteúdo de seus usuários, algo que certamente cria um "porto seguro" legal ao Mega, e, segundo eles, também melhora os direitos de privacidade dos usuários de internet, dando-lhes a "merecida paz".
"Mesmo se o governo quiser violar nossos data centers, não conseguiriam ver nada", explica Dotcom. "Tudo o que é enviado para o site vai permanecer fechado e privado, sem a chave".
Mesmo a interpretação "ampla" da lei que as autoridades usaram para derrubar o Megaupload seria insuficiente para impedir o novo Mega de existir, porque o que as pessoas compartilham, como compartilham e com quem compartilham é de sua responsabilidade e controle, não do Mega.
Contornando a lei = privacidade
Segundo Dotcom, a única maneira de impedir o Mega de funcionar seria tornando a criptografia em si ilegal. "E de acordo com a Carta das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a privacidade é um direito humano básico", explica. "Você tem o direito de proteger suas informações privadas e comunicação contra a espionagem".
Por conta disso, os idealizadores acreditam que Mega será um produto atraente para quem se preocupa com o estado de segurança e privacidade online.
Inclusive, para lidar com as preocupações sobre a perda de dados, como ocorreu com os clientes afetados pela derrubada do Megaupload cujos arquivos foram apreendidos pelo FBI, Mega irá armazenar todos os seus dados em dois conjuntos de servidores redundantes, localizados em dois países diferentes.
"Então, mesmo que um país decidir ir completamente contra a lei e congelar todos os servidores, por exemplo – o que não esperamos, porque temos cumprido plenamente todas as leis dos países em que colocamos servidores – ou se um desastre natural acontecer, ainda há outro local onde todos os arquivos estarão disponíveis", explica Ortmann. "Dessa forma, é impossível de ser submetido ao tipo de abuso que tivemos nos EUA".
Em última análise, Dotcom prevê uma rede organizada por milhares de entidades diferentes, com milhares de servidores diferentes, em países de todo o mundo. "Estamos criando um sistema onde qualquer máquina do mundo possa conectar seus próprios servidores a esta rede", diz. "Podemos trabalhar com qualquer um, porque os anfitriões em si não podem ver o que está nos servidores".
O novo serviço vai complicar ainda mais a vida das autoridades e instituições na briga contra a pirataria porque não vai implantar as chamadas de-duplicações em seus servidores, o que significa que se um usuário decidir fazer o upload de um arquivo que viole direitos autorais 100 vezes, isso resultaria em 100 arquivos diferentes e 100 chaves distintas. Removê-los exigiria 100 avisos de derrubada do tipo normalmente enviado pelos detentores de direitos, como estúdios de cinema e... ( continua em http://hypescience.com/novo-megaupload-nao-podera-ser-fechado-pelas-autoridades/ )
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