quarta-feira, 23 de maio de 2012

O outro Carlos: erro judicial revelado

Em http://www.tvi24.iol.pt/internacional/carlos-deluna-pena-de-morte-erro-judicial-texas/1349357-4073.html

O outro Carlos: erro judicial revelado

Foi executado em 1989; agora, investigação põe a nu erros grosseiros

Por: Redacção / BR  |  20- 5- 2012  15: 19

O Carlos errado: anatomia de um erro judicial

Carlos DeLuna foi executado por injeção letal em Dezembro de 1989, no Texas. Até ao último dia repetiu as mesmas palavras: «Não fui eu. Mas sei quem foi.» 23 anos depois, uma investigação universitária dá-lhe razão. Mataram o Carlos errado.

David Liebman, professor na Columbia School of Law, conduziu com alunos seus uma investigação ao longo de cinco anos, publicada num ensaio, que identifica uma sucessão incrível de erros e omissões. «Tudo o que podia correr mal correu mal», resume.

Factos. Em Fevereiro de 1983 Wanda Lopez, empregada de uma loja de conveniência numa estação de serviço na cidade de Corpus Christi, foi esfaqueada até à morte. Durante o assalto, Wanda ligou duas vezes para a polícia, que não chegou a tempo. Primeira falha. «Podiam-na ter salvo, e fizeram uma detenção imediata para esconder o embaraço», diz Liebman, na Reuters.

Facto seguinte. Apenas 40 minutos depois do crime a polícia deteve Carlos DeLuna, que estava escondido debaixo de uma carrinha, perto do local. DeLuna foi identificado por uma testemunha, que viu um homem hispânico a fugir.

E aqui começam as falhas. A testemunha disse ter visto um homem de bigode e com uma camisa cinzenta. DeLuna estava barbeado e tinha uma camisola branca.

O detido disse-se sempre inocente, mas não nomeou logo aquele que dizia ser culpado. Só o fez cinco meses mais tarde, quando foi julgado. Outro problema. DeLuna não o fez antes, disse, por medo.

Medo de Carlos Hernandez. Conhecido de DeLuna e de toda a comunidade local, polícia incluída, pelo seu historial violento. Alcoólico, tinha um longo cadastro e andava sempre com uma faca. Usava bigode. Mais. Os dois Carlos eram muito parecidos. Tinham a mesma altura, a mesma figura e eram muitas vezes confundidos.

DeLuna contou então que nessa noite estava com Hernandez num bar e que este saiu para ir à estação de serviço. Demorou e DeLuna foi procurá-lo. Diz que o avistou a lutar com uma mulher e fugiu. Escondeu-se da polícia, explicou, porque estava em liberdade condicional (por agressão sexual) e não queria meter-se em sarilhos.

Em tribunal, a acusação ridicularizou a informação. Disse que a polícia não tinha encontrado o tal Carlos Hernandez e que ele era produto da imaginação de DeLuna.

Quando Liebman decidiu dedicar-se ao caso, no âmbito de um projeto sobre a falibilidade da pena de morte, pediu a um investigador privado para gastar um dia a procurar Carlos Hernandez, conta o Guardian. Em poucas horas, o investigador encontrou uma mulher que conhecia ambos, descobriu a data de nascimento de Hernandez e o seu longo registo criminal.

Foi preso dezenas de vezes... ( continua em http://www.tvi24.iol.pt/internacional/carlos-deluna-pena-de-morte-erro-judicial-texas/1349357-4073.html )

«Los Tocayos Carlos», o ensaio que conta tudo isto, está online, é de livre acesso.




At http://www3.law.columbia.edu/hrlr/ltc/chapter/8/1.html

Los Tocayos Carlos
James S. Liebman, Shawn Crowley, Andrew Markquart, Lauren Rosenberg, Lauren Gallo White and Daniel Zharkovsky.

Chapter 8

Confession

(...) Years later, Pricilla told the out-of-town investigators she couldn't wait to leave Carrizo Street, and especially to put behind her the things that happened at Fidela's house.13 Asked why, she answered through tears: "A lot of violence. A lot of hurt."14 Carlos and her other uncle Javier would fight, knives would come out, and soon someone was bleeding. There was "always blood" at Fidela's house.15 One time, Pricilla saw Carlos stab Javier in the shoulder. Lucky for Javier, he was wearing a coat, or it would have been worse.16

One of the most vicious fights Pricilla remembers was between Carlos and her stepfather Freddy Schilling. Carlos was arguing with Freddy about a woman named Dahlia. The fight ended in a stabbing, and an ambulance came.17 Freddy wasn't a violent man, Pricilla said. Unlike Carlos, Freddy didn't carry knives.18

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